Por Tom Miles e Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, se ofereceu nesta quinta-feira para ir ao leste de Aleppo e escoltar até mil combatentes islâmicos para fora da cidade para tentar dar um fim aos bombardeios de forças russas e sírias.
De Mistura disse que a história irá julgar a Síria e a Rússia se elas aproveitarem a presença de cerca de 900 combatentes do grupo antes conhecido como Frente Al-Nusra como um "álibi fácil" para destruirem a área controlada pelos rebeldes, onde 275 mil habitantes, 100 mil deles crianças, estão sitiados.
"O xis da questão é que, no máximo em dois meses, dois meses e meio, a cidade de Aleppo, neste ritmo, pode estar totalmente destruída", disse De Mistura em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Desde que os ataques aéreos se intensificaram no dia 23 de setembro, 376 pessoas foram mortas, um terço delas crianças.
De Mistura disse que existem no máximo 8 mil rebeldes em Aleppo. Muitos membros da antiga Nusra partiram antes de a área ser cercada, e não mais que 900 permanecem, afirmou, antes de se dirigir a eles diretamente.
"Se vocês decidirem partir dignamente, com suas armas, para Idlib ou qualquer lugar para onde queiram ir, eu pessoalmente estou disposto, fisicamente disposto, a acompanhar vocês", disse. "Não posso garantir mais que minha própria personalidade e meu corpo".